Luthianna Hollenbach
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um estudo examinando o retorno dos gastos a respeito do equilíbrio das taxas de juros do crédito rural na economia brasileira, feito pelos professores Eduardo Rodrigues de Castro e Erly Cardoso Teixeira da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, será o tema central de um seminário que ocorre hoje à tarde no Ministério da Agricultura.
O levantamento foi apresentado à imprensa pela manhã pelo secretário de Política Agrícola do ministério, Ivan Wedekin, e pelos dois professores. Eles mostraram como o governo tem buscado e conseguido este controle dos juros para o setor.
A pesquisa teve por objetivo avaliar a equalização das taxas de juros (ETJ), que equivale ao pagamento da diferença entre as taxas de juros cobradas no mercado e as taxas pagas pelo produtor, comparando os gastos da política com os benefícios gerados por ela, levando em conta os efeitos diretos e indiretos dos gastos do setor agrícola com recursos disponibilizados pela ETJ.
O governo gastou na safra 2002/2003, com essa equalização, um montante de R$ 634 milhões para a agricultura familiar e R$ 881,47 milhões para a agricultura comercial. "Para cada real que o governo gastou com a equalização das taxas de juros na agricultura comercial, resultou em um crescimento da economia num valor equivalente a R$ 3,57; ou seja 257%, e a agricultura familiar gerou em crescimento R$ 1,75 , portanto, 75% de retorno", informa o professor Teixeira.
Wedekin concorda que os juros de 8,75% cobrado ao ano realmente é um pouco elevado em relação a outro países, e que o Brasil gasta em um ano com a agricultura o que outros países gastam em um dia, devido principalmente a lentidão da rentabilidade que a agricultura proporciona.
Para o secretário, a safra deste ano proporcionará um lucro maior para o produtor em função do orçamento destinado à agricultura. ‘’O governo investiu R$ 2,2 milhões na safra de 2002/2003 e a meta para a safra 2004/2005 é de R$ 7 bilhões, ou seja, o governo Lula estará praticamente triplicando o volume de recursos colocados à disposição da agricultura familiar", afirma.