Fundo do Nordeste aumenta volume de empréstimos em 214%

28/01/2005 - 17h37

Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília, 28/1/2005 (Agência Brasil - ABr) - Estados do Nordeste, Norte de Minas Gerais e Norte do Espírito Santo financiaram R$ 3,2 bihões em recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) em 2004, o que representa um crescimento de 214% em relação a 2003, quando foram contratados R$ 1,019 bilhão, e 12 vezes mais que o aplicado em 2002.

Os dados são do Banco do Nordeste, instituição que administraos fundos para aquela região e, segundo a assessoria de imprensa da instituição foi um recorde na história do FNE. Esse desempenho contribuiu para que os Fundos Constitucionais do Norte (FNO), Nordeste (FNE) e Centro-Oeste (FCO) alcançassem, juntos, a aplicação de R$ 5,5 bilhões em 2004.

O valor é 82% maior que o aplicado em 2003 e de 139% superior aos mesmos investimentos de 2002. Os empréstimos são oferecidos a produtores rurais, associações, cooperativas e empresas de capital nacional ou estrangeiro. Ou seja, pequenos, médios e grandes empresários podem usar o financiamento.

O paranaense Adilton Sachet, apontado como um dos maiores agricultores do país, solicitou o FCO em 2004. De acordo com ele, sua intenção é produzir 35 mil hectares de soja em cinco anos. O agricultor lembra que iniciou o cultivo da leguminosa há 17 anos, em Rondonópolis, no sul do Mato Grosso.

"Quando comecei, meu sonho era plantar mil hectares de roça. Hoje, cultivamos mais de 25 mil", diz Adilton. Atualmente, ele é proprietário de quatro fazendas, um centro de beneficiamento de algodão, uma corretora de commodities e uma construtora em Campo Grande.

Outro agricultor beneficiado pelo FCO é Miguel Sérgio Colagiovanni. De acordo com ele, o recurso será investido em suas duas fazendas de gado e em uma revenda de produtos agropecuários em Coxim, Mato Grosso do Sul. "Quero expandir meus negócios", conta, modesto.

Inspirado por exemplos como os de Sachet e Colagiovanni, o microempresário brasiliense Cláudio Mendes decidiu solicitar o financiamento. No entanto, ele reclama do excesso de burocracia para conseguir o dinheiro: "É difícil para o microempresário dar uma garantia real, pois na maioria das vezes o máximo que possui é a casa onde mora", afirma.

Cláudio relata que há três anos espera pela aprovação de um empréstimo de R$ 80 mil junto ao FCO. "Já mudei o projeto, mas até agora não tenho parecer favorável. Eles dizem que está em análise de crédito", relata.