Gabriela Guerreiro
Enviada especial

Porto Alegre - A participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais 11 ministros no 5º Fórum Social Mundial consolidou a relação do governo federal com a sociedade civil. A opinião é do ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência. Ele disse acreditar na construção de um diálogo ainda maior com as organizações não-governamentais e movimentos sociais até segunda-feira (31), último dia do Fórum.

"O diálogo com a sociedade civil não é uma coisa que a gente faz de vez em quando. Nós fazemos todo santo dia, em todas as áreas do governo, porque nós consideramos que a sociedade civil tem o que dizer na execução dos projetos sociais, no acompanhamento e na avaliação. Nós demos um salto de qualidade na relação do governo com as organizações não-governamentais e os movimentos sociais, acertamos algumas agendas práticas", revelou.

O presidente Lula, segundo o ministro, tirou as mesmas conclusões sobre o Fórum, depois da sua participação no lançamento da campanha Chamada Global para Ação contra a Pobreza. "O presidente Lula é a principal referência dos movimentos sociais no mundo inteiro. Ele ficou muito satisfeito e feliz com a sua presença no Fórum. Como o próprio presidente Lula ressaltou, ele está presidente da República, mas a sua origem é dos movimentos sociais", disse.

A manifestação de grupos contrários ao governo federal durante o discurso de Lula, acrescentou, não ofuscou o apoio de grande parte das 12 mil pessoas no lançamento da campanha. "Era previsível que houvesse hostilidade de grupos partidários de oposição, que aproveiram o Fórum para fazer a sua luta política. As minorias, por menores que sejam, têm o direito de se manifestar", declarou.

As principais causas em discussão no Fórum, consideradas prioridade para o governo federal, são a luta contra a fome e a pobreza, e a reforma democrática da Organização das Nações Unidas. Os 11 temas selecionados, na opinião de Dulci, são também de extrema importância para o Poder Público – como a defesa do desenvolvimento sustentável, a busca de uma nova ordem econômica internacional e a promoção dos direitos humanos.

O ministro ressaltou, no entanto, que o governo não influencia a organização do Fórum, ou mesmo os temas discutidos no evento, apresentados pelos movimentos, organizações não-governamentais e pelo próprio conselho organizador do evento. Ele ressaltou que a presença de Lula e dos ministros no FSM ocorreu por convite de diversas organizações não-governamentais, e não por iniciativa do Poder Executivo.