Brasília, 28/1/2005 (Agência Brasil - ABr) - Depois de 48 horas de paralisação, os auditores fiscais da Receita Federal do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), voltaram a trabalhar normalmente hoje. Cerca de 70 trabalhadores haviam interrompido as atividades na quarta-feira (26) para reivindicar melhores condições no que se refere à segurança de vida.

Em 2004, oito auditores fiscais foram seqüestrados fora do aeroporto e levados para casa, onde tiveram seus bens saqueados. Segundo o superintendente adjunto da Receita Federal em São Paulo, Ronaldo Lomônaco, "as pessoas que cometem esses crimes geralmente sabem muito sobre a rotina das vítimas. Por isso ter acontecido somente com funcionários da Receita do aeroporto de Viracopos, achamos que os seqüestradores se especializaram em adquirir informações sobre esses funcionários".

O delegado sindical de Campinas e Jundiaí, Paulo Alvim, afirmou que "os seqüestros têm afetado inclusive os auditores que não foram vítimas, eles não se sentem em condições de exercer plenamente a função". E acrescentou que qualquer medida de segurança seria um paliativo: "O que a gente precisa é que os casos sejam desvendados."

Além do esclarecimento dos casos, os representantes da Delegacia Sindical de Campinas e Jundiaí pediram uma audiência com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, ou com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que hoje já atendeu ao pedido, em São Paulo, e prometeu discutir medidas para melhorar a segurança dos auditores.

As investigações dos casos de seqüestro estão sendo realizadas pela Polícia Civil de Campinas, com acompanhamento da Polícia Federal do Estado de São Paulo.