Varig e TAM atendem ao Cade e vão encerrar parceria em seis meses

27/01/2005 - 17h44

Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília, 27/1/2005 (Agência Brasil - ABr) - O compartilhamento de vôos entre Varig e TAM terminará em, no máximo, seis meses: as duas empresas assinaram hoje um acordo em que se comprometem a apresentar ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um programa de reversão gradual da parceria, a ser entregue no próximo dia 15 de fevereiro, para ser votado em plenário no dia 23 daquele mês.

De acordo com o conselheiro e relator do processo no Cade, Luiz Carlos Prado, a iniciativa para o fim do compartilhamento partiu do órgão. No entanto, ele ressalta que não foi uma imposição: "Eu, como relator, notei que era necessário reavaliar este processo. E o resultado não é de uma imposição, mas de um compromisso que resguarda o interesse do consumidor. Assim, a saída do compartilhamento será feita de forma organizada".

Segundo ele, as companhias aéreas devem encerrar a operação, já que desistiram do processo de fusão: "Esse processo era para garantir que os ativos das empresas se mantivessem independentes num processo de fusão. Isso, não para proteger as empresas, mas os consumidores".

Prado assegura que a concorrência entre as duas linhas aéreas será benéfica para o consumidor, porque trará aumento do número de vôos e queda dos preços. Já o presidente da Varig, Carlos Luiz Martins, não concorda com a opinião de Prado. Para ele, o fim do compartilhamento prejudicará o consumidor. Martins argumenta também que a união das empresas não representa formação de cartel.

"Os vôos compartilhados não são formação de cartel. Nosso interesse é proteger o consumidor. O término do compartilhamento prejudicará o usuário e não diminuirá os preços das passagens. As passagens estão caras porque o custo Brasil é caro, a tributação é excessiva, assim como o custo de aquisição de equipamentos. Por isso, as passagens estão caras. Não é por causa da formação de cartel", afirma o presidente da Varig.