Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A queda no preço internacional das commodities tem feito os agricultores brasileiros pensar duas vezes antes de lançar mão dos programas de investimento oferecidos pelo governo. De acordo com balanço do período de julho a dezembro do ano passado – primeiro semestre do ano safra 2004/2005 e período de plantação - do total de R$ 10,7 bilhões previstos pelo Plano Safra, os produtores rurais usaram apenas 44%.
Dos programas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que somam R$ 8,1 bilhões, apenas R$ 2,9 bilhões, ou 36%, foram utilizados. Do maior programa, o Moderfrota, que este ano tem programação de R$ 5,5 bilhões, o setor lançou mão de apenas 35%. Na comparação com o mesmo período da safra 2003/2004, os empresários utilizaram 78% do total. O Moderfrota financia a compra de máquinas e tratores.
Embora o volume de recursos do Moderfrota seja superior aos R$ 2 bilhões programados na safra anterior, os números mostram que a meta de investimentos não será alcançada até o fim da safra, em junho. "Estamos imaginando que o investimento agrícola diminuirá, que nós não alcançaremos a meta de R$ 10,7 bilhões, colocada no plano de safra, que foi uma meta extremamente agressiva", disse o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin.
Segundo o secretário, quando o plano de safra foi feito, ainda no ano passado, o governo trabalhava com um aumento de até 3 milhões de hectares na área plantada. Hoje a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de aumento de um milhão de hectares.
"Os agricultores investiram menos e o aumento de área plantada ficou abaixo da expectativa. Nesse momento de queda dos preços agrícolas, no caso dos grãos, é natural que os agricultores botem um pouco o pé no freio", disse. A estimativa agora é de que, ao final da safra, a aplicação dos programas de investimento se aproxime dos R$ 7,7 bilhões alcançados no ano passado.