Ministro do Turismo afasta possibilidade de colapso nos serviços aéreos

24/01/2005 - 18h11

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, desconsiderou hoje (24) a possibilidade de colapso nos serviços aéreos depois que o endividamento da Vasp culminou no cancelamento de oito vôos no último fim de semana. A empresa admitiu que estava endividada no segundo semestre do ano passado e, desde setembro, já cancelou vários vôos. A Varig também tem dívidas em taxas aeroportuárias com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), no valor de R$ 130 milhões.

"Não acredito em colapso porque a Varig, com todas as dificuldades, está positiva sob o prisma operacional. Já a Vasp tem uma dívida complexa, onerosa para o resultado que ela consegue dar", justificou Mares Guia. A Vasp detém apenas 2% do mercado nacional de vôos, segundo o ministro. Ele disse que as outras empresas nacionais, como a Gol e a TAM, estão operando normalmente. Além disso, as 14 empresas regionais anunciaram para 2005 cinco novos vôos cada uma. "Vão ser mais 70 cidades atendidas", observou.

Mares Guia disse que conversou com o ministro da Defesa e vice-presidente, José Alencar, no início da tarde, de quem recebeu uma resposta positiva no sentido de acionar o Departamento de Aviação Civil (DAC) para resolver o problema do cancelamento. "Nossa preocupação maior é com o turista", afirmou. Ele disse que espera uma solução rápida para o caso e lamentou que
a Vasp tenha cancelado vôos num momento em que o turismo brasileiro alcança números recordes. Na última sexta, no sábado e no domingo, foram registrados 36,5 milhões de desembarques nacionais e mais de seis milhões de desembarques internacionais nos aeroportos brasileiros.

O ministro admitiu que problemas que resultem em eventuais cancelamentos de vôo são aceitáveis, mas que não podem se tornar rotina. "O governo vai ter que tomar uma atitude, ainda mais nesse momento, porque até então ela (Vasp) avisava que ia cancelar esta linha ou aquela linha, por falta de aeronaves. No momento que a empresa cancela, no pico das férias, tantos vôos assim, e simultaneamente, e não oferece solução, é porque tem uma crise. Então, a autoridade, que é o DAC, tem que agir com presteza e eu espero que aja com a máxima presteza porque o momento do turismo é muito positivo no país", afirmou Mares Guia.

Segundo o ministro, o DAC pode até mesmo cancelar a concessão da Vasp, com base na Lei de Serviços Aéreos. O resultado depende também da resposta que o DAC obtiver da empresa sobre o cancelamento dos vôos do último fim de semana.