Itamaraty ainda não recebeu pedido de ajuda da Odebrecht para localizar brasileiro no Iraque

21/01/2005 - 12h50

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A empresa Norberto Odebrecht solicitou ao governo brasileiro, que não tome medidas sobre o desaparecimento de seu funcionário no Iraque "nesta primeira fase", segundo informou o Ministério das Relações Exteriores. De acordo com a assessoria do Itamaraty, o governo colocou-se à disposição para oferecer assistência à empresa, mas não recebeu nenhum pedido até agora.

A assessoria da empresa informou que não comentaria o caso. Mas uma nova nota oficial pode ser publicada até o final da tarde. Nessa quinta-feira (20), a construtora divulgou comunicado oficial em que classificou o desaparecimento do empregado como um "provável seqüestro". O brasileiro estaria em um carro que foi alvo de ataque na manhã do último dia 19 perto da cidade iraquiana de Baiji, onde a empresa participa da reforma de uma termelétrica.

Em nota oficial, a Odebrecht disse que não houve desdobramentos do "provável seqüestro" de um de seus empregados. O funcionário já foi identificado, mas a empresa decidiu não divulgar o nome por medida de segurança.

Nesta sexta-feira, o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Edísio Simões Souto, cobrou a participação do Itamaraty na busca pelo esclarecimento do caso.

"Trata-se de um brasileiro e, portanto, deve ser questão de Estado resolver esse caso, em que é preciso o concurso da diplomacia brasileira", observou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB. "Um cidadão brasileiro seqüestrado num país estrangeiro é uma questão do Estado e estranho, por isso, que ainda não tenha sido acionado o Itamaraty, o que deveria ter ocorrido imediatamente após as primeiras informações", disse.