Elevação da taxa básica de juros é questão conjuntural, diz José Dirceu

21/01/2005 - 16h53

São Paulo, 21/01/2005 (Agência Brasil - ABr) - O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou hoje que a elevação na taxa básica de juros é uma questão conjuntural. "Não há nenhuma razão estrutural para a permanente alta de juros", disse o ministro, que participou de almoço com a diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "O Copom (Comitê de Política Monetária) quis refrear aquilo que entendeu ser uma tendência inflacionária", explicou Dirceu.

No encontro com os empresários, o ministro falou sobre as Parcerias Público-Privadas (PPPs), reiterou a prioridade da política industrial e de ciência e tecnologia e trocou idéias sobre temas como desburocratização para o cidadão e empresas e melhor gestão da Previdência.

De acordo com o ministro, há convergência entre governo e empresariado sobre a necessidade das PPPs para viabilizar obras de infra-estrutura. "Há uma preocupação com relação ao fundo garantidor, mas acredito que, nos próximos 30 ou 40 dias, o governo vai fazer a regulamentação das PPPs, o comitê gestor vai começar a funcionar, e vamos apresentar a proposta do fundo garantidor. Tenho certeza de que temos condições de criar um fundo garantidor que não corra riscos e que não represente para o empresariado um desestímulo", disse ele.

Segundo o ministro, governo e empresários também concordam quanto à necessidade de melhor gestão dos recursos públicos. "A pressão mais séria que temos é a da Previdência", afirmou José Dirceu. Ele informou que o ministro Amir Lando anunciará em breve medidas para evitar fraudes e desvios nos benefícios e sonegação nas contribuições, de forma a diminuir o déficit na Previdência.

José Dirceu disse aos empresários que o governo federal tomará uma série de medidas para reduzir custos públicos. 'Enfrentar a questão da Previdência, melhorar os gastos públicos e reduzir o custeio são objetivos do governo", afirmou.

Sobre a carga tributária que incide sobre as empresas, o chefe da Casa Civil observou: "vai cair na medida em que o PIB (Produto Interno Bruto) vai crescer, e ela não vai aumentar". O ministro ressaltou, porém, que o país não pode reduzir a carga tributária devido às demandas sociais, ao serviço da dívida, ao déficit da Previdência e à necessidade que o país tem de investimentos em infra-estrutura.