Brasília, 21/1/2005 (Agência Brasil - ABr) - Único estado do país a registrar crescimento de casos de dengue no ano passado, o Acre enfrenta dificuldades para combater a doença na região de fronteira com a Bolívia. "Há cinco anos, existe sempre um número de ocorrências elevado nesta época do ano, em razão do período das chuvas, e especialmente da falta de controle da doença do lado da fronteira boliviana", afirmou o secretário de Saúde do Acre, Cassiano Marques.
No ano passado, foram registrados 5.395 novos casos em todo o estado, contra 1.514 ocorrências em 2003, crescimento de 256% em apenas um ano. Os dados são do boletim nacional sobre dengue divulgado pelo Ministério da Saúde.
O secretário afirmou que dois municípios acreanos, Brasiléia e Epitaciolândia, e o município boliviano de Cobija vão atuar em parceria, a partir de agora, no combate à doença. A parceria foi definida em reunião realizada ontem entre representantes dos dois países. Marques disse que o governo estadual já tem dado apoio ao município vizinho, disponibilizando técnicos, equipamentos e inseticida para a eliminação do mosquito transmissor da doença.
A fronteira não é, entretanto, o único foco da doença no estado. "Dos 22 municípios, 11 têm a presença do mosquito", revelou o secretário. Segundo ele, a capital, Rio Branco, concentra o maior número de casos.
A incidência cresce no início do período chuvoso, em outubro. O maior número de casos foi registrado em novembro, quando em um único dia mais de 180 foram identificados. Essa situação fez o governo estadual e municipal elaborarem um plano emergencial de combate à dengue. "Com essas ações, os casos de dengue passaram a ter uma significativa redução ainda no ano de 2004", afirmou Marques.
O estado também recebeu apoio do Ministério da Saúde. No final do ano passado, foram entregues seis caminhonetes e 30 unidades portáteis de aplicação de inseticida.