Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva só fará mudanças na equipe ministerial após a eleição das Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado, marcada para 14 de fevereiro. A informação foi dada pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, depois de audiência com o presidente, no Palácio do Planalto. Segundo o senador, Lula não quer que as alterações que pretende fazer "contaminem" o processo sucessório no Legislativo. Também participaram da audiência o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder do partido na Câmara, José Borba (GO).
"Ele (Lula) reafirmou o desejo de prestigiar o PMDB, de colocar o partido em ministério que tenha capilaridade para permitir investimento, facilitar a integração do PMDB na sustentação do próprio governo, mas só vai concluir a reforma quando o Congresso voltar à atividade, depois das eleições na Câmara e no Senado", disse Calheiros, em entrevista no Congresso.
Segundo o parlamentar, a conversa com o presidente não chegou ao detalhamento dos cargos que serão destinados ao PMDB na reforma ministerial. Calheiros negou que o partido esteja pleiteando três ministérios. "O presidente foi quem disse que achava que dois ministérios para o PMDB era pouco. Nós vamos participar da reforma, conclui-la, em comum acordo com o presidente, pensando no PMDB, mas pensando, principalmente, no país", afirmou o líder peemedebista.
De acordo com Calheiros, a conversa sobre a participação da senadora Roseana Sarney (PFL-MA) no ministério não avançou. Ele disse que o senador José Sarney, pai de Roseana, pediu ao presidente Lula que não avançasse nessa discussão na sua presença. Roseana deve deixar o PFL para integrar a equipe de governo de Lula. "O presidente disse que nos chamará posteriormente para tratar desse assunto", informou o senador.
Calheiros disse que deixou o Palácio do Planalto convencido de que o presidente já tem pronta, na cabeça, a reforma ministerial que pretende promover. "O presidente está muito disposto para concluir esta reforma. Ele não falou, mas, pelo que deixou transparecer, a reforma já está pronta em sua cabeça. Ele nos disse que a permanência, ou não, dos ministros do PMDB dependerá das bancadas e dos líderes partidários", afirmou Calheiros.
O PMDB ocupa dois ministérios no governo Lula: o da Previdência Social, com Amir Lando, e o das Comunicações, com Eunício de Oliveira. "Nós não vamos tomar a iniciativa de discutir internamente esse assunto (nomes para o ministério) antes de saber quais são os ministérios que caberão ao PMDB, até porque temos que buscar na indicação critérios óbvios de competência", concluiu o parlamentar.