Cibele Maciel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nas últimas edições do Fórum Social Mundial (FSM), a participação indígena ficou restrita a conferencistas e convidados. No 5º FSM neste ano, pela primeira vez as questões dos povos indígenas serão debatidas em um espaço específico, chamado "Puxirum de Artes e Saberes Indígenas".
"Puxirum, em diferentes línguas indígenas, significa trabalho em conjunto; onde todos trabalham com um objetivo comum", afirma Orlando Melgueiro, integrante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), uma das entidades organizadoras do espaço.
A tenda do Puxirum vai promover conferências, feiras de artesanato, festivais de música e dança indígenas e exibição de filmes. As atividades serão sempre iniciadas às seis da manhã com a realização de cerimônias espirituais. As discussões serão em torno de temas que tratam de questões territoriais, recursos naturais, sabedoria ancestral, direitos constitucionais, diversidade e democracia.
Para Melgueiro, é possível unir os povos indígenas de diferentes continentes. "Considerando que as realidades, a terra e a cultura são muito parecidas, será um momento para fortalecermos um pensamento dos povos indígenas", afirmou.
Estão sendo esperados mais de 400 índios do continente americano, representando aproximadamente 150 povos. Entre as entidades organizadoras, estão o Conselho Indígena da América Central (Cica), a Coordenação Andina, a Coiab e os povos Guarani e Kaingang.