Érica Santana
repórter da Agência Brasil
Brasília - A Construtora Norberto Odebrecht qualificou, em nota oficial divulgada nesta quinta-feira, como "provável seqüestro" o desaparecimento de um funcionário brasileiro que trabalhava no Iraque. O brasileiro estaria em um carro que foi alvo de ataque na manhã de ontem (19) perto da cidade de Baiji, onde a empresa participa da obra de reforma de uma usina termelétrica.
Na nota, a diretoria da Odebrecht comunica que "está fazendo todos os esforços necessários para o breve e favorável desfecho do provável seqüestro de um de seus integrantes". De acordo com o assessor de imprensa da empresa, Marco Antônio Antunes Pereira, o funcionário já foi identificado, mas por motivo de segurança a identidade não pode ser revelada. "A divulgação de novas informações será feita por meio de comunicados oficiais e estará condicionada ao objetivo maior de atender às medidas de segurança necessárias à melhor condução do assunto", informa o comunicado oficial da empresa.
A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores informou que o governo brasileiro não tem uma versão oficial a respeito do fato e que a Odebrecht pediu que as manifestações oficiais fossem feitas pela empresa. "Não sabemos se foi feito contato e nem em que pé estão as negociações. Não temos informações a respeito do fato, porque é a Odebrecht que está cuidando do assunto", disse o assessor de imprensa do Itamaraty, Paulo Gustavo Iansen.
A Odebrecht, acrescentou, está atuando com a embaixada do Brasil em Amã, na Jordânia. "O tema vem sendo tratado com cuidado, porque é um brasileiro desaparecido numa região difícil. Nós estamos em contato estreito com a empresa e prestamos toda a assistência que eles nos têm pedido", disse o assessor.
De acordo com Paulo Gustavo Iansen, não há uma estimativa sobre o número de brasileiros que estão no Iraque a serviço da Odebrecht, porque nem a empresa nem os brasileiros são obrigados a se identificar previamente nas embaixadas. "A maioria dos brasileiros que se dirigem ao Iraque não se identifica previamente na embaixada em Amã, por isso não há uma estimativa. No caso da Odebrecht, nós sabíamos que a empresa estava atuando no Iraque e que havia brasileiros trabalhando lá. Nós requisitamos o número de brasileiros que trabalhariam, mas a empresa nunca nos passou esses dados", explicou o assessor.