Incra destaca ''marcos emblemáticos'' na desapropriação de fazendas para reforma agrária

19/01/2005 - 15h59

Paula Menna Barreto
Repórter da Agência Brasil

Brasília – No balanço da reforma agrária referente ao ano de 2004, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a compra e a desapropriação de algumas fazendas são significativas e, para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), são marcos emblemáticos da reforma agrária.

A Fazenda Itamarati (MS), que já foi um símbolo da monocultura de soja no Brasil, é um desses exemplos. A fazenda foi comprada em agosto do ano passado e já tem 2.048 famílias assentadas, representando um dos assentamentos mais produtivos do país, segundo o MDA.

Outro caso considerado um marco para o governo é a fazenda Terra Boi, de 2.941 mil hectares, comprada em 2004 também do Mato Grosso do Sul. A propriedade era importante para resolver um conflito de mais de 60 anos na Reserva Panambizinho. Eram 93 famílias de índios Kaiowá-Guarani e 42 famílias de agricultores que ocupavam 1.165 hectares da reserva.

No Paraná, a fazenda Araupel, que tem 25 mil hectares e deverá assentar aproximadamente 1.260 famílias, teve a emissão de posse em dezembro do ano passado. Lá, as famílias deverão cultivar soja orgânica, erva-mate e fitoterápicos. Nesse assentamento, serão gerados 6,2 mil postos de trabalhos diretos e indiretos, divulga o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Já no Pará, a desapropriação da fazenda Cabaceiras foi a primeira baseada na dimensão ambiental e trabalhista do descumprimento da função social da terra.

Dos R$ 3,4 bilhões que serão destinados a reforma agrária em 2005, R$ 754,7 milhões devem ser usados para a obtenção de terras. Segundo o MDA, esse valor é 88,6% superior ao orçamento de 2004 para esse fim.