Cibele Maciel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – "No acampamento, nós procuramos não separar as práticas da política, e assim nós construímos os espaços e organizamos tudo de maneira horizontal, sem hierarquia, com a participação coletiva", afirma Viliano Fassini, integrante do Comitê Organizador do 5º Acampamento Internacional da Juventude (AIJ). Entre as teorias participativas que serão postas em prática, está a chamada "moeda social", um experimento da economia solidária que ocorreu também em 2003.
De acordo com Júlia Coelho, da comissão de economia solidária do AIJ, "a idéia é mostrar que é possível a existência de outra relação econômica mais justa". Além disso, os participantes serão incentivados a consumirem produtos e serviços oferecidos dentro do acampamento. "É uma forma de fomentar a economia local e as experiências de parceria e cooperativismo propostos pela economia solidária", afirma. Cerca de 50 mil "sóis" foram emitidos em 2003 para circular durante os 11 dias do acampamento.
Para a 5ª edição do Fórum Social Mundial, foi criada uma nova moeda, o Txai (lê-se tchai), que será usada durante os dias em que o acampamento estiver funcionando. O coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), João Roberto Lopes, explica que a palavra "txai" vem de uma tribo indígena do Acre e significa "companheiro, amanhã, metade de mim em você, pedaço valioso de mim". "A idéia é você comprar sem dinheiro. Se você chega lá e quer se voluntariar a montar algo, poderá receber em Txai e depois consumir na praça de alimentação", explica o site do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas).
De acordo com Júlia, a moeda social vai circular também no Mercado das Trocas, espaço criado para permitir a aproximação entre produtores e empreendedores presentes no evento. Segundo ela, a intenção é que esse contato sirva também para incentivar uma relação concreta de negócios depois do Fórum.