Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Carlos Wilson, afirmou hoje que o governo tem pressa de ver resolvidos os problemas financeiros das companhias aéreas. Ele disse que, em até dois meses, as negociações poderão avançar para uma solução.
De acordo com Wilson, a Vasp e a Varig estão tendo dificuldades para fazer o pagamento diário das operações de pouso e decolagem nos aeroportos. As outras companhias aéreas, segundo ele, cumprem rigorosamente suas obrigações.
Wilson disse que, apesar dos bons resultados obtidos pela Varig no ano passado, a dívida com a Infraero, apenas em 2004, chegou a R$ 150 milhões, que somados à dívida anterior totalizam um débito de R$ 340 milhões.
Segundo Wilson, o governo está disposto a ajudar a companhia a superar os problemas financeiros, mas essa ajuda não será concretizada se a companhia for administrada pela Fundação Rubem Berta.
"Eu digo sempre que, se existe um parceiro com todo interesse em ver a Varig saudável e as outras companhias saudáveis, é a Infraero. Não vai existir aeroporto se você não tiver companhia aérea. Então, a Infraero tem demonstrado nestes dois anos preocupação com a solidariedade às companhias aéreas. Agora, nossa solidariedade tem limite, e o limite é dar à Varig o mesmo tratamento dados às outras companhias aéreas que pagam em dia as suas obrigações", disse.
Sobre a possibilidade de colocar o cargo à disposição do governo nas negociações da reforma ministerial, Wilson disse que não recebeu convite nem para sair, nem para ir para outro lugar, e que está satisfeito com o trabalho desenvolvido na Infraero.
"Isso é apenas especulação e eu, como tenho origem política, acho que isso é notícia de recesso parlamentar", afirmou Carlos Wilson, acrescentando que seu cargo pertence é de escolha direta do presidente da República.