Keite Camacho
repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma coletânea de 150 imagens do Brasil captadas pelas lentes do fotógrafo brasileiro, filho de franceses, Marc Ferrez (1843-1923), serão expostas no Musée Carnavalet, em Paris, a partir de outubro, durante o Ano do Brasil na França, que começa no dia 15 de março e vai até dezembro. A seleção foi feita de um acervo de quatro mil fotos.
Segundo Antônio Fernando de Franceschi, superintendente executivo do Instituto Moreira Sales, responsável pela mostra, embora Ferrez tenha feito imagens de todo o país, ficou muito conhecido pelas vistas do Rio de Janeiro. "Este foi o trabalho que mais circulou sobre as formas de cartões postais, publicações, reproduções em técnicas como gravuras, entre outras", contou. Ferrez é considerado o principal fotógrafo brasileiro do século 19.
De acordo com Franceschi, a França tem uma atenção e uma informação sobre o Brasil que está um pouco acima do que se encontra comumente no Exterior. "Tenho certeza que a qualidade das fotos, a repercussão do olhar do fotógrafo vai ajudar muito na divulgação do Brasil e no surgimento dos interesses para certas atividades do país. Acho que, por meio deste esforço que o Ministério da Cultura vem fazendo, o resultado virá", acredita.
Franceschi afirmou ainda que esta será uma oportunidade ímpar para o público acostumado à fotografia. Ele contou que Ferrez foi "o fotógrafo da Marinha Imperial e da Comissão Geológica do Império, se especializando na construção de paisagens urbanas e da natureza. Alguém que percorreu todo o Brasil, documentando precocemente as minas de ouro de Minas Gerais e o interior do país".
Para o superintendente, o domínio da luz diferencia o trabalho de Ferrez dos demais. Ele ressalta que, em diversas imagens, o elemento humano sempre participa de maneira discreta, porém marcante. "Isso confere escala aos cenários naturais e urbanos, como colocar pessoas numa foto ao pé do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, mensurando o seu tamanho. Um fotógrafo capaz de lidar com imagens panorâmicas e antropológicas com maestria", resumiu.
