Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - O apoio do governo a medidas que levem à melhoria da infra-estrutura logística e à redução da carga tributária é fundamental para que a abertura do mercado global de produtos têxteis e de vestuário possa resultar em benefícios para o setor no Brasil. O dado consta de estudo do Senai e do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Cetiqt) divulgado no Fashion Rio, maior evento da moda fluminense,que terminou ontem (15) no Museu de Arte Moderna, nesta capital.
O trabalho do Senai/Cetiqt conclui ainda que o governo brasileiro deve dar atenção especial à manutenção de uma política cambial favorável à exportação, além de intensificar os chamados Arranjos Produtivos Locais (APLs) e a promoção de alianças com países em desenvolvimento que participem de Acordos de Acesso Preferencial. Estas medidas ajudariam o setor nacional a enfrentar a concorrência dos mercados chinês e indiano, que são os 2 maiores produtores mundiais do setor e que mais deverão se beneficiar com a extinção do sistema de cotas para têxteis e vestuários pela Organização Mundial do Comércio, em vigor a partir deste mês.
O Presidente do Senai/Cetiqt, Antonio Berenguer, revelou que as exportações da China, por exemplo, totalizam hoje U$80 bilhões em têxteis, cerca de 40 vezes a mais que o Brasil, cujos embarques alcançaram U$2,080 bilhões no ano passado. Lembrou que no início dos anos 70, as exportações de têxteis dos dois países se encontravam quase no mesmo patamar. Berenguer analisou que o apoio maciço dado pelo governo da China fez com que o setor exportador chinês crescesse em ritmo mais acelerado que o brasileiro. As exportações da Índia, por sua vez, nesse segmento, somam U$13 bilhões.
O fim do Acordo Têxtil e de Vestuário (ATV) traz novos desafios, mas abre também boas oportunidades para o Brasil, acredita o diretor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Fernando Pimentel. Para o Presidente do Senai/Cetiqt, Antonio Berenguer, o crescimento do setor nacional vai depender, porém, da velocidade de implementação das medidas sugeridas pelas entidades no estudo.