Spensy Pimentel
Enviado especial a Cabo Verde
Ilha do Sal (Cabo Verde) - A intensificação dos programas de intercâmbio educacional entre o Brasil e os países da África é uma das preocupações da ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, que acompanha o chanceler brasileiro Celso Amorim nesta viagem.
Enquanto o Brasil, há 40 anos, já mantém programas para alunos africanos de ensino superior, o movimento contrário, de brasileiros estudando na África, ainda é incipiente. "Não temos um levantamento preciso, mas nos parece que há espaço para a concessão de bolsas a brasileiros para estudar em instituições na África. Também estamos definindo possibilidades para um intercâmbio de professores", afirma.
Matilde lembra que o aumento dos contatos entre Brasil e África a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Africana nas escolas brasileiras, estabelecida pela lei 10.639, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2003, deverá ser um incentivo para o aumento dos contatos entre Brasil e África.
"O Educafro (instituição que trabalha no ensino pré-vestibular de alunos carentes, especialmente os de origem negra) já tem um programa para enviar alunos a Cuba e demonstra interesse em fazer o mesmo em relação à África", afirma. "O incentivo a esse tipo de ação é recente, assim como a criação da Seppir. Ainda estamos criando vínculos".