Bianca Estrella
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Usar o potencial natural da região para beneficiar a população. Esta é a principal reivindicação que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) pretende levar para o Fórum Social Pan-Amazônico, que vai se realizar entre os dias 18 e 22 de janeiro em Manaus (AM). Segundo a coordenadora da Comissão Nacional da Amazônia da CUT, Luzia Fati, os recursos naturais da Amazônia devem ser utilizados para beneficiar os moradores da região. "Grande parte das hidrelétricas que produzem energia na Amazônia hoje não fornecem energia para a maioria das comunidades rurais que vivem na região", afirma.
A CUT também questiona o impacto causado pela produção de soja na região Amazônica. A coordenadora da comissão diz que é necessário criar uma nova forma de produção de soja para que a sustentabilidade e a manutenção da biodiversidade local sejam garantidas. "A soja gera um número pequeno de empregos diretos e provoca a concentração de terras. Isso resulta no aumento de conflitos agrários e do processo de devastação", ressalta.
Neste ano o Fórum Social Pan-Amazônico vai debater temas como: desenvolvimento sustentável, biodiversidade e soberania, entre outros. De acordo com Luzia Fati, a questão trabalhista deve obrigatoriamente estar presente nesses debates. "Na nossa opinião debater desenvolvimento sustentável é também discutir a questão do trabalho, que não deve ser olhado simplesmente como uma negociação salarial. É mais do que isso. É a vida dos trabalhadores de uma forma geral".
"Queremos promover o crescimento com justiça social para garantir o direito dos trabalhadores. O Fórum é um bom momento para isso porque promove a socialização e o intercâmbio entre as experiências que estão sendo bem sucedidas tanto no Brasil como em outros países", finalizou Luzia Fati.
O Fórum Social Pan-Amazônico é um espaço que possibilita o intercâmbio dos povos da Amazônia. É uma manifestação regional do Fórum Social Mundial, com o objetivo de fortalecer alianças e a solidariedade entre Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.
