Christiane Peres
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Discutir a biodiversidade associada à questão social dos povos que vivem na Amazônia Continental é um dos objetivos do 4º Fórum Social Pan-Amazônico (FSPA), que se realizará entres os dias 18 e 22 em Manaus (AM). O debate sobre a sociobiodiversidade é novo e vai permitir que a população compartilhe seus conhecimentos para formular políticas públicas com representantes dos movimentos sociais e do governo. "As populações da Amazônia, que conseguem viver com a natureza, com a questão social, ambiental, vão ajudar a pensar políticas públicas a partir de suas experiências e vivências", afirma a presidente do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Maria de Aquino.
A participação do governo federal, acrescenta Aquino, vai permitir que a sociedade coloque seu ponto de vista em evidência. Para ela, esse é um momento importante de sensibilização dos representantes do governo para a "construção e implementação de políticas públicas que atendam às demandas dos movimentos sociais". A partir desse encontro, ela espera as ações propostas possam resolver os problemas da Pan-Amazônica - região estratégica onde se encontram as maiores concentrações de biodiversidade, recursos hídricos, florestais e minerais do mundo. "Há alguns anos a gente não tinha esse espaço. Mas o Fórum vai possibilitar que os governos se sensibilizem para as questões que estão sendo levantadas pelas populações desses países."
De acordo com a presidente do GTA, o encontro contribui para o fortalecimento dos movimentos sociais. "Eles estavam com suas lutas isoladas. Agora estamos tentando de forma mais articulada nos fortalecer enquanto movimento social para reivindicar e ganhar mais força, mais peso político para negociar", explica.
O Fórum Social Pan-Amazônico é um espaço que possibilita o intercâmbio dos povos da Amazônia, dos diferentes movimentos e segmentos dessa região. É uma manifestação regional do Fórum Social Mundial, com o objetivo de fortalecer alianças e a solidariedade entre Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.