Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje os indicadores industriais referentes a novembro de 2004 que apontam a expansão da atividade produtiva em todo o país. Segundo a pesquisa, que é realizada mensalmente pela CNI com três mil empresas, todos os indicadores do mês comparados a outubro de 2004 foram positivos na série com ajuste sazonal.
Não houve registro de queda no emprego nos 11 primeiros meses de 2004 e a taxa de crescimento foi acelerada no segundo semestre. O aumento do número de pessoas ocupadas no setor subiu 6,59% em relação a novembro de 2003. No acumulado do ano, a alta é de 3,16%.
Os rendimentos dos trabalhadores também tiveram ganhos. Em novembro, os salários cresceram 1,49% em relação a outubro, na série com ajustes sazonais. "Há uma trajetória consolidada de recuperação da renda dos trabalhadores, que se estende desde abril de 2003", diz o documento. Nesse período, a renda real dos salários industriais subiu 16,8%. Na comparação com novembro de 2003, a alta foi de 10,26% e, de janeiro a novembro, de 8,85%.
Na avaliação dos técnicos da CNI, esses níveis de expansão do emprego e dos salários são difíceis de se sustentar a longo prazo. Por isso, espera-se redução do ritmo de crescimento dos dois indicadores nos próximos meses. "O ritmo desse ajuste dependerá essencialmente da intensidade e da duração da política monetária contracionista em curso", diz o boletim da CNI.
Depois de dois meses consecutivos de queda, as vendas da indústria cresceram 1,83% em comparação com outubro, sem o ajuste sazonal. Esse desempenho, segundo a entidade, reverte as expectativas negativas de desaquecimento que surgiram com a retração das vendas em setembro e outubro de 2004.
O nível de emprego na indústria cresceu 0,48%, enquanto as horas trabalhadas na produção aumentaram 0,30%, e os salários obtiveram ganhos de 1,49%. No acumulado do ano, o emprego cresceu 3,16%, as horas trabalhadas na produção, 5,70% e, os salários, 8,85%. Em novembro, a utilização da capacidade instalada teve uma pequena elevação, de 82,72% para 83,05%.
Em relação a novembro de 2003, as vendas cresceram 11,09%, comportamento que se deve exclusivamente ao bom desempenho das vendas em 2004. A previsão da CNI é de que as vendas industriais cresçam em torno de 14% em 2004. O recorde anterior foi de 11,9%, em 2001.
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação em novembro foi de 83,6%, 0,4 ponto percentual abaixo do recorde alcançado no mês anterior. De acordo com os Indicadores Industriais, o percentual cai para 83,1% na série livre de influências sazonais. O documento mostra que o alto índice aponta a necessidade de investimento das empresas para garantir o crescimento da atividade industrial.
As horas trabalhadas, outra variável ligada à produção, não dão sinais de desaquecimento. Com o ajuste sazonal, as horas trabalhadas na produção subiram 0,30%. Na comparação com novembro de 2003, a alta foi de 9,72%, maior que a de outubro, quando atingiu 4,65%. No acumulado do ano, as horas trabalhadas no setor aumentaram 5,70%. De acordo com o documento, o bom desempenho das horas trabalhadas indicam que não há pressões sobre os estoques.
Com informações da CNI
