Amorim diz que negociações na OMC e integração sul-americana são prioridades para 2005

11/01/2005 - 7h32

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, destacou que este ano, além do governo brasileiro levar adiante as negociações com a Organização Mundial do Comércio (OMC), vai priorizar a integração dos países sul-americanos. "Concretizar as negociações com a OMC será fundamental, pois terminaremos com a chaga do comércio internacional que são os subsídios agrícolas. Nós temos também que consolidar muita coisa que foi iniciada, como a integração da América do Sul e o próprio relacionamento com os países em desenvolvimento, como Índia, China e Rússia", afirmou em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

O chanceler adiantou que o presidente Lula já tem encontros marcados com presidentes de outras nações para discutir questões bilaterais. Na viagem do próximo dia 19, à Tabatinga, no Amazonas, Lula vai reunir-se com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe. Em fevereiro, será a vez de Lula encontrar-se com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Sobre as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), o ministro destacou também ser prioridade do governo Lula para este ano. "No marco da Alca, o acordo também poderia ser em paralelo. Aí é uma questão que temos de discutir como fazer, não depende só de nós, mas certamente essas negociações são muito importantes", disse.

O Mercosul também vai ganhar atenção especial do governo Lula em 2005. Amorim não concorda com a possibilidade de que a reunião realizada em Belo Horizonte e Ouro Preto, no final do ano passado, não teria tido avanços no âmbito do bloco econômico. "Essas reuniões são importantes. Além de terem um resultado prático, tem um alto significado simbólico no relacionamento externo e interno do Mercosul. Vamos continuar trabalhando nesta área", defendeu o ministro.

A missão de paz e a busca de uma situação estável no Haiti por parte do Brasil também continuará a ser prioridade do governo Lula. "Se me perguntassem se atuar no Haiti seria uma prioridade para o ano passado, eu não saberia responder, e provavelmente diria que não, mas, agora, passou a ser uma prioridade porque o Brasil se envolveu".