Pedro Z. Malavolta
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O déficit no comércio exterior no setor de eletroeletrônicos em 2004 foi de US$ 7,4 bilhões, 42,3% a mais do que no ano anterior, de US$ 5,2 bilhões. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) o déficit foi causado basicamente pelas importações dos componentes eletroeletrônicos para a fabricação de produtos vendidos no mercado interno ou exportados.
Para Humberto Barbato, diretor de Relações Internacionais da Abinee, esse ainda é "o calcanhar de Aquiles" do setor. Ele disse que as exportações brasileiras do setor cresceram 9%, excluindo celulares, que tiveram queda de 48%, num ano atípico. "As empresas deixaram de exportar para atender o mercado interno", explicou. As importações totais do setor cresceram 27% de 2003 para 2004, em grande parte por causa dos componentes eletrônicos de produtos como os da linha branca (lavadoras e microondas) até automóveis e aviões.
"Não vejo solução a curto ou médio prazos para esse problema", disse Barbato. Ele acredita que não haverá atração de investimento para a construção no Brasil de fábricas de componentes. "Houve um planejamento errado das empresas (internacionais), que ainda não tiveram o retorno de seus investimentos no sudeste asiático, região líder mundial na produção de componentes eletroeletrônicos. Só quando esse retorno acontecer, poderemos ter grandes investimentos no Brasil".