Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - O setor exportador brasileiro de frangos está preparado para enfrentar as restrições sanitárias impostas pela União Européia que começam a vigorar a partir de janeiro de 2006. A garantia foi dada pelo diretor-executivo da Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos(Abef), Cláudio Martins. Ele informou que, dentre as novas regras está a rejeição às carnes bovina, suína e de frango que contenham em seu manejo antibióticos e promotores de crescimento.
Segundo ele, o setor já está habituado com a prática protecionista da Comunidade Européia. "Isso não vai fazer grande diferença para nós. O segundo ponto é que o Brasil já não utiliza esses novos componentes de insumos que agora sofrem restrições". De acordo com Martins, isso afasta a possibilidade de grandes problemas de adaptação a uma nova regra sanitária do bloco econômico.
Martins esclareceu que, nos últimos quatro anos, têm aumentado as barreiras impostas pela Comunidade Européia às compras de países fora do bloco. Para ele, proibir componentes de ração animal nas carnes importadas pelos países do bloco tem o objetivo de "brecar o nível de comércio". Ele garantiu, no entanto, que o Brasil tem sabido tratar esse assunto.
O governo brasileiro questiona a União Européia na Organização Mundial do Comércio (OMC) a elevação das taxas do peito de frango salgado. O Brasil exportava o produto pagando uma taxa de 15,4% e, como as vendas cresceram, a UE alterou a nomenclatura do produto elevando o imposto para 75%, informou o diretor da Abef.
Martins considerou normal que o bloco econômico aumente o protecionismo, já que o Brasil é hoje o maior exportador de frangos do mundo, tanto em volume quanto em receita. Ele assegurou, porém, que o setor não será abalado pela nova restrição. É preciso apenas ter cuidado e condições para enfrentar esse tipo de protecionismo, destacou. Por isso, a Abef analisa a relação de produtos com restrições dos países europeus, para ter certeza de que não fazem parte da ração animal.