Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As importações brasileiras seguem o perfil dos últimos anos e os gêneros com maior peso na balança comercial adquiridos pelo país ainda são os insumos destinados à produção industrial, indicam os números consolidados da balança comercial, divulgados na última segunda feira. "A importação cresceu bastante em 2004, mas ela é ainda majoritariamente de bens destinados a produção industrial, principalmente matérias-primas, insumos, que respondem por mais de 50% do total de nossas importações", explica o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Planejamento, Ivan Ramalho.
Todas as categorias de produtos importados registraram crescimento em 2004, na comparação com 2003: combustíveis e lubrificantes aumentaram 56,6%, matérias-primas e intermediários (+29,7%), bens de consumo (+23,9%) e bens de capital (+17,2%).
Em termos absolutos, a participação de cada item na pauta de importações é liderada pelas matérias-primas, gênero mais importado pelo país e que representa 53,4% das aquisições. Bens de capital vêm em segundo lugar, representando 19,3%. Combustíveis participam com 16,4% e bens de consumo, com 10,9%.
Os principais países de origem das importações foram: 1º - Estados Unidos (US$ 11,5 bilhões, acréscimo de 18,4% em relação a 2003), 2º - Argentina (US$ 5,6 bilhões, aumento de 19,3%), 3º - Alemanha (US$ 5,1 bilhões, acréscimo de 20,6%) e 4º - China (US$ 3,7 bilhões, elevação de 72,7%). No entanto, o Brasil passou a consumir mais de regiões com as quais tradicionalmente o país não comercializava significativamente.
As regiões onde mais se ampliaram as compras brasileiras foram: África (aumento de 88,3%, em relação a 2003, por conta de petróleo), Europa Oriental (elevação de 55,2%, em decorrência de adubos e fertilizantes), Aladi (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela) excetuado o Mercosul (+43,7%, combustíveis, minérios, cobre e tubos de raios catódicos para monitores), Oriente Médio (+42,3%, combustíveis, adubos e fertilizantes e químicos), Ásia (+37,6%, componentes eletrônicos, máquinas e equipamentos, químicos e instrumentos de ótica e precisão).
União Européia, com aumento de 22,3%, (máquinas e equipamentos, eletroeletrônicos, químicos, autopeças e produtos farmacêuticos), EUA (+18,4%, motores para aeronaves, máquinas e equipamentos, químicos, instrumentos de ótica e precisão, e plásticos e obras) e Mercosul (+12,5%, combustíveis, autopeças, plásticos, máquinas e equipamentos e químicos) continuaram a ser grandes vendedores de produtos ao Brasil.