Saulo Moreno
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A redução das filas em postos de atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é uma luta antiga da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap). A entidade, com mais de 20 anos de existência, foi criada para ajudar o governo a resolver os problemas que dificultam a vida dos segurados.
Segundo o presidente da Cobap, João Resende Lima, as deficiências no funcionamento da Previdência Social são resultado das constantes mudanças de direção na pasta, além das influências políticas a que o órgão é submetido. "Nós sempre lutamos para que o corpo do INSS fosse de técnicos, e não de políticos. Às vezes a gente pega nos cargos-chave da Previdência Social um político que não entende nada do assunto nem tem gabarito técnico para desenvolver sua função", disse.
Para solucionar os problemas que provocam ineficiência e lentidão no atendimento, João Resende sugere que funcionários de carreira do Ministério da Previdência Social trabalhem nas funções de gerenciamento dos programas, independentemente de mudanças de ministros e até de governos. Para ele, a direção de órgãos como Dataprev e INSS, além da própria secretaria-executiva do ministério, devem ter critérios próprios de manutenção e ser dirigidos por técnicos especializados.
João Resende também afirmou que a Previdência Social tem dinheiro suficiente para fazer as mudanças que garantam um bom funcionamento e proporcionem melhor atendimento aos segurados. "Temos recursos sobrando. O Ministério da Previdência Social é o único que pode pagar a sua própria folha. Mas tanto os governos anteriores quanto esse de agora vêm desviando dinheiro para outros fins", disse.
Outra sugestão, esta para agilizar o pagamento dos aposentados e pensionistas, seria criar horários específicos de atendimento às categorias e aumentar o número de funcionários dos bancos específicos para esse trabalho.
"O que se deve fazer é abrir a agência duas horas mais cedo só para os aposentados e pensionistas. Em algumas regiões, a Caixa já faz isso. Mas os bancos particulares, além de contarem com um grande número de atendimentos, deixam somente um funcionário responsável pelo pagamento e continuam abrindo somente no horário bancário comum", afirmou.