Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma falha humana causou o apagão que deixou no escuro cidades do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais no primeiro dia do ano. A informação é do Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico. O grupo, composto pela ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, representantes de Furnas, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema (ONS), reuniu-se, durante quase quatro horas em Brasília para avaliar o problema.
Segundo a ministra Dilma Rousseff, "não há por que levar pânico à população". O sistema de abastecimento de energia é "robusto", o que impede a ocorrência de novos apagões, assegurou a ministra.
O diretor-presidente do ONS, Mário Santos, considerou a ocorrência do blecaute uma situação "insólita". Para ele, aconteceu o impossível: uma falha técnica seguida de uma falha humana. "Ao contrário do que possa ser pensado, falha humana no setor elétrico não é pouco usual. Onde há humanos há falha humana", destacou a ministra. Ou seja, segundo Dilma, o defeito técnico sozinho não teria provocado o apagão. O mesmo ocorreria com a falha humana isolada.
Dilma Rousseff ressaltou que, antes do apagão, apenas três das quatro linhas que cobrem a região estavam funcionando. De acordo com o diretor-presidente de Furnas, José Pedro Rodrigues, uma das linhas estava desligada porque o consumo de energia no horário do apagão, por volta de seis horas da manhã, era muito pequeno.
Das três restantes, duas pararam de funcionar. E a única que restou foi acidentalmente desligada por um técnico de Furnas. "Eu queria enfatizar que não há nenhuma deficiência estrutural no estado do Rio de Janeiro. Pelo contrário. Nunca você teve uma situação nos últimos dez anos no Rio de Janeiro tão sólida estruturalmente", destacou.
Sobre o técnico que desligou a linha, a ministra afirmou: "Quando a falha envolve seres humanos você tem de apurar a intenção e a atitude diante daquela falha. Nós não sabemos se ele foi induzido ao erro ou se cometeu um erro sem perceber. Então, vai ser apurado. Ninguém vai fazer julgamentos precipitados do técnico. Será dado a ele todo o direito de defesa", assegurou.
De acordo com a ministra, quem teve algum tipo de prejuízo por causa do blecaute, como, por exemplo, aparelhos queimados, deve procurar a assistência técnica e provar que o prejuízo foi causado pela interrupção de energia elétrica.