Governo investe para combater ferrugem da soja

02/01/2005 - 10h50

Brasília - O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) investiu R$ 1,5 milhão na Campanha Nacional de Conscientização contra a Ferrugem da Soja para informar agricultores e treinar pesquisadores sobre a forma correta de combater a doença nas principais regiões produtoras do país. "No total 68 pesquisadores participaram do programa, multiplicando as informações para outros mil técnicos em todo o país. Nosso principal objetivo é conscientizar os produtores", diz o coordenador de Proteção de Plantas da secretaria de Defesa Agropecuária, José Geraldo Baldini.

Segundo ele, os efeitos do programa puderam ser dimensionados nesta safra. "Em Barreiras, no interior da Bahia, por exemplo, os produtores seguiram as instruções apontadas pelas pesquisas e, em 2004, a praga não foi detectada em locais onde havia se manifestado em 2003", informa Baldini.

Além disso, o governo federal realizou outra ação de combate à ferrugem da soja no ano passado, ou seja, a criação do Consórcio Anti-Ferrugem. "O consórcio consiste em incentivar a pesquisa e trocar informações sobre a ferrugem", explica o coordenador. Segundo ele, foram investidos US$ 7 milhões pelo Mapa e pela iniciativa privada na criação e manutenção do consórcio.

Mesmo consciente sobre os danos provocados pela ferrugem, Baldini afirma estar satisfeito com o combate à ferrugem. "Quando a praga se instalou no país, não tínhamos nenhum defensivo registrado para seu controle. Hoje, já temos 19 produtos registrados pelo ministério. Também acumulamos muita informação sobre a doença, que compartilhamos com o Mercosul. Até técnicos dos Estados Unidos vieram ver o que estávamos fazendo para controlar a ferrugem", relata.

Na safra 2002/2003, a doença deu um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão ao país. Na colheita passada, as perdas dobraram. Na atual safra, ainda não foram calculados os eventuais impactos financeiros provocados pela praga. Entretanto, técnicos e produtores dão como certa a perda de lucratividade devido aos altos custos da produção causados pelo uso intensivo de defensivos específicos para combater a doença.

Para este ano, os programas devem ganhar uma ajuda extra do Fundo Setorial do Agronegócio (CT-Agro). O secretário de Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, Rodrigo Rollemberg, já anunciou um reforço financeiro ao combate da ferrugem. O comitê gestor do CT-Agro, presidido por Rollemberg, deve destinar parte de seu orçamento de R$ 31 milhões para ações de combate à doença.

Os recursos do CT-Agro têm origem em 17,5% da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), cuja arrecadação provém da incidência de alíquota de 10% sobre a remessa de recursos ao exterior para pagamento de assistência técnica, royalties, serviços técnicos especializados ou profissionais.

As informações são do Ministério da Agricultura.