Alexandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os paraenses despertaram para o turismo. Há seis anos, o Pará vem fazendo uma série de investimentos para se tornar um dos pólos turísticos brasileiros. "Aumentamos a participação em eventos nacionais e internacionais de turismo, trabalhamos com o receptivo local, desde o feirante à reciclagem de guias" conta Maria de Belém Gomes, da Paratur, órgão estatal responsável pelo turismo local.
O trabalho, segundo ela, vem dando resultados, e o estado espera dobrar em 2005 o número de turistas. Segundo dados da Associação Brasileira de Agências de Viagem no Pará (ABAV-Pará), são quatrocentos mil turistas por ano. "Acreditamos que fecharemos 2004 com um salto para 800 mil turistas", anuncia Maria de Belém.
Os visitantes que vão à região procuram o turismo religioso, de lazer e de negócio. A idéia é fortalecer esses setores ainda mais com a construção de um centro de convenções perto do aeroporto. A expectativa é que as obras sejam finalizadas em 2005. Um dos objetivos, é transformar o estado em porta de entrada para a Amazônia.
De acordo com a Paratur, em média, 40% dos turistas são brasileiros e 60% dos estrangeiros buscam conhecer a região amazônica. Os americanos são os que mais visitam o estado, seguidos dos franceses, holandeses, japoneses, espanhóis e portugueses.
O primeiro passo dado pelo estado, em 1998, foi contratar uma empresa espanhola para traçar um plano de desenvolvimento a longo prazo. As medidas iniciais foram em infra-estrutura: levar energia elétrica aos 143 municípios e interligar as cidades com estradas e alça-viária, um complexo de quatro pontes que liga a região metropolitana de Belém ao nordeste e sudeste do estado, onde se concentram 80% da população e 85% da população economicamente ativa (PEA).
Apesar do potencial atrativo natural, o Pará ainda pode atrair um número maior de turistas. "Belém antes não era divulgado, tínhamos informações incompletas em relação ao potencial do estado", analisa a operadora de turismo internacional da Elcotur, Jovita Mota.
Na avaliação da operadora, para conquistar o mercado internacional, Belém precisa "de uma maquiagem de limpeza, não para esconder, mas cuidar do aspecto de visualização". Com o mercado de peixe, os urubus se tornaram parte do cenário da cidade. Outro ponto que também precisa ser melhorado são os hotéis. "É necessário haver uma infra-estrutura melhor, falta concorrência para o aprimoramento do serviço e das instalações", ressalta.
Em novembro, a Embratur realizou uma reunião de negócios, parte do projeto Caravana Brasil, entre operadores de turismo locais e operadores de diferentes estados brasileiros que trabalham na montagem de pacotes turísticos no Pará para turistas estrangeiros.