SP: vendas do comércio varejista aumentaram 6% em 2004

29/12/2004 - 8h38

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O comércio varejista da cidade de São Paulo registrou aumento de 6% no faturamento em 2004, com base nas informações sobre consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SCPC). No Usecheque o crescimento foi de 2,3%, de acordo com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para a entidade, o movimento em 2004 é considerado bom e é resultado da recuperação da economia, puxado pelas exportações e se estendendo ao mercado interno, com melhora no emprego e renda.

Segundo o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, o carro-chefe das vendas foi o crédito, mais aplicado sobre os bens duráveis, que é suscetível a crédito de longo prazo porque gera prestações menores. "Isso começou a ocorrer a partir do ano passado quando as taxas de juros começaram a cair. Então os indicadores que mostram venda a vista ou parcelada em prazos menores durante o ano não tiveram desempenho tão brilhante quanto o do crédito".

Já em dezembro os resultados ficaram um pouco abaixo das expectativas do setor Segundo dados de consultas ao SCPC houve aumento de 3,2%. No UseCheque a elevação foi de 8,7%. A média é de 6% de crescimento sobre o mesmo período de 2003. "Foi um crescimento bom. O que não foi bom foi a queda da venda dos bens duráveis que ficou aquém das expectativas".

De acordo com Afif Domingos, no último trimestre do ano já podiam ser vistas melhoras no varejo, mas as sucessivas elevações da taxa Selic afetaram negativamente as expectativas do consumidor. Mesmo que o comércio não tenha repassado os juros ou reduzido os prazos do crediário, o consumidor ficou mais cauteloso por medo do futuro. Afif explicou que em dezembro a situação observada durante o ano todo se inverteu e não proporcionou crescimento nas vendas de bens duráveis. "Os bens duráveis não tiveram desempenho bom. A melhora foi dos bens semiduráveis (artigos de cama, mesa e banho, cds, sapatos, entre outros".

O presidente da ASCP afirmou que as promoções para a compra de bens duráveis já começam a aparecer com o objetivo de eliminar os grandes estoques feitos com base nas altas expectativas de vendas. "O durável deve ter estoque, ou seja, as vendas não aconteceram na proporção esperada. Ainda há mercadoria e precisa desovar; virar o ano com estoque e alta taxa de juros não é bom indicador para efeito de desempenho", acrescentou Afif.