Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Benedicto Fonseca Moreira, chamou a atenção para a necessidade de se resolver com urgência o problema da taxa de câmbio, a fim de que a atividade exportadora não seja prejudicada em 2005. Na sua opinião, essa é a grande incógnita para o ano que vem.
Segundo ele, a atual taxa, em torno de R$2,70, não é compatível com a dinâmica que se pretende para as exportações porque há um custo interno elevado e crescente, o chamado custo Brasil. "Se fosse possível reduzir o custo interno com rapidez, essa taxa entre R$ 2,60 e R$ 2,80 seria compatível. Mas como não é (possível), é preciso que ela seja reajustada para algo parecido com R$ 3,00".
Moreira explicou que a taxa nesse nível ou acima de R$ 3,00 corrige uma parte dos custos internos. Enfatizou que à medida em que se valoriza demais o Real frente ao dólar, aliada aos custos internos, são criadas dificuldades para o exportador vender.
"Para alguns setores, a rentabilidade é reduzida a quase nada. Continua se vendendo porque é precisa vender, mas há perda do estímulo. Para outros setores, fica inviável. Eles perdem mesmo e podem até parar de exportar, sobretudo a indústria de bens de capital de ciclo longo,onde a taxa de câmbio hoje é muito importante em decorrência dos custos internos. Se o governo conseguir baixar custos internos, a taxa fica neutra", analisou o presidente da AEB.