Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O segmento industrial formado por três grupos: a indústria de transformação, construção civil e extrativismo mineral, que registrou um crescimento de 6% este ano, deve se expandir a um ritmo mais lento em 2005, de 4,5% em média.
A projeção foi feita pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado federal Armando Monteiro Neto, ao lançar nesta capital o documento "Economia Brasileira Desempenho e Perspectivas".
Ele informou que a leve retração se explica pelo cenário externo menos favorável, em função do desbalanceamento da economia norte-americana - com déficits fiscal e externo e pelo ajuste no ritmo externo de expansão, determinado pela política monetária de controle da inflação.
Monteiro atribui o bom desempenho do segmento industrial no ano passado à reativação da demanda doméstica de consumo como resultado do controle da inflação, recuperação dos salários e reaquecimento do mercado de trabalho.
O presidente da CNI reconheceu que outro fator importante para o reaquecimento das vendas do setor foi o crescimento de 30% das exportações, registrado este ano. Ele atribui o resultado ao compromisso com a flexibilidade cambial dos últimos anos, que assegurou uma taxa de câmbio competitiva, adequada a rentabilidade dos projetos exportadores.
Monteiro disse que é previsível que as exportações sejam reduzidas, acrescentando que mesmo assim o país continuará crescendo. "As projeções da CNI apostam em um crescimento de 3,5%, mas para continuar caminhando na direção do desenvolvimento econômico o Brasil precisa completar a reforma tributária, melhorar as condições de financiamento, modificar a legislação trabalhista e ampliar os investimentos na área de infra-estrutura", concluiu.