Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - A construção civil no Rio Grande do Sul deverá ter um crescimento de 4%, em 2005, com um desempenho superior ao deste ano, que foi de 2,19%. Os números, "mais otimistas para o próximo ano", foram apresentados pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado (Sinduscom), Pedro Tedesco Silber. Eles são baseados em projeções do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea) e pelo Índice de Atividade da Construção Civil Gaúcha (IAC-RS) da entidade.
Segundo Silber, o desempenho é "modesto" diante da queda, em torno de 12%, acumulada nos últimos quatro anos. A retomada da construção é confirmada pelos dados do Sindicato das Indústrias de Cimento, que registra tonelagem vendida em 2004 apenas 0,24% superior ao ano anterior. No Rio Grande do Sul, a queda do consumo de cimento foi de 3,7%, na comparação do mesmo período, justificada pela escassez de obras públicas.
O volume de negócios imobiliários, outro índice de desempenho apresentado pelo presidente do Sinduscon, aponta um crescimento de 6,25% no número de unidades comercializadas de janeiro a outubro de 2004, sobre os mesmos 10 meses de 2003. Novamente, Silber afirma que o número deve ser lido com cautela diante da base de comparação bastante deprimida.
O dirigente diz ainda que o emprego formal na construção civil não acompanhou o desempenho do Índice de Atividade do setor e teve redução de 6,58% entre janeiro e novembro. O Sinduscon atribui o baixo nível de atividade no estado a um conjunto de fatores como taxa de juros, escassez de crédito habitacional em condições compatíveis com o perfil da demanda, falta de investimentos públicos, baixo ritmo de crescimento econômico, carga tributária, perda do poder aquisitivo da população.
Para 2005, as projeções do IAC-RS, de 4% de crescimento, são baseados no cenário positivo já sob efeitos da lei que criou o patrimônio de afetação, que protege os empreendimentos de falências, e na aprovação das Parcerias Público-Privadas (PPPs).