Caixa vai destinar 1% do Imposto de Renda para apoiar direitos das crianças e dos adolescentes

27/12/2004 - 15h58

Christiane Peres
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Caixa Econômica Federal (CEF) vai destinar 1% do Imposto de Renda para o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente. Em entrevista à Rádio Nacional, a coordenadora do Programa Fome Zero da CEF, Jaqueline Paz, diz que o montante inicial será de R$ 808 mil.

A iniciativa surgiu de conversas entre a Caixa e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos. "Eles nos mostraram que poderíamos fazer essa renúncia e prontamente nos propusemos a fazê-la. Também escolhemos a área que gostaríamos de atuar: a área de encontro e reintegração de crianças desaparecidas ao lar".

O Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente destina recursos para implantação da Rede Nacional de Localização e Reintegração de Crianças e Adolescentes Desaparecidos. Segundo Jaqueline Paz, o investimento da Caixa vai contribuir para o fortalecimento da Rede, "porque uma vez que ela esteja forte ficará mais fácil encontrar as crianças".

A coordenadora conta que a Caixa vai fazer uma campanha a partir de fevereiro para conquistar um número maior de clientes. "A partir de fevereiro nós faremos uma campanha de incentivo. Primeiramente, ao quadro de gestores da Caixa e depois aos clientes, aos empregados e aos nossos fornecedores e parceiros para que eles também façam campanha com seus empregados". De acordo com Jaqueline, o montante inicial da renúncia fiscal deve aumentar após a campanha. "Vamos incentivar as doações de pessoas jurídicas em 1% e pessoas físicas em 6%", diz.

Cerca de 30 mil ocorrências de desaparecimento são registradas todos os anos nas delegacias de polícia. Em 90% dos casos, segundo pesquisas da Secretaria Especial de Direitos Humanos, essas crianças e adolescentes são encontradas. "Elas fogem de casa em decorrência de problemas sociais como fome, violência familiar, abusos sexuais. É nesse sentido que a Caixa, através do seu programa Caixa Fome Zero, quer apoiar a reintegração dessas crianças ao lar, com a inserção de políticas sociais junto a essas famílias", explica Jaqueline.