Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, afirmou hoje que as parcerias público-privadas (PPPs) vão garantir ao Brasil manter em 2005 o crescimento econômico registrado este ano. Monteiro comemorou a aprovação do projeto na madrugada de hoje pelo Senado Federal, e disse que as parcerias entre o setor público e privado também podem viabilizar investimentos na área de infra-estrutura.
"Nós crescemos em 2004, poderemos crescer em 2005, mas, além desse horizonte, se não houver investimentos em infra-estrutura, poderemos ter um limite físico para o processo de crescimento. É fundamental destravar os investimentos na área de infra-estrutura para garantir que esse crescimento seja sustentável nos próximos anos", afirmou.
Monteiro acredita que o projeto das PPPs não vai sofrer alterações quando for votado na Câmara dos Deputados, uma vez que a matéria já foi "exaustivamente discutida" pelos senadores. "Eu acho que a Câmara vai manter (o projeto) porque as mudanças contribuiram para aperfeiçoar o projeto. É importante que esse instrumento seja operacionalizado porque o país precisa urgência, no sentido de que se possa utilizar o instrumento para viabilizar os invetimentos na área de infra-estrutura, que é fundamental", disse.
Na opinião do presidente da CNI, embora o cenário econômico internacional não seja favorável ao crescimento interno brasileiro, o país vai conseguir alcançar índices positivos em 2005. "Eu acho que o Brasil ainda cresce, porque há um impulso muito vigoroso, mas não sei se, com as condições externas que condicionam o desempenho da economia brasileira, pode-se antever cenário externo tão favorável quanto o de 2004". Segundo Monteiro, "a elevação da taxa de juros nos Estados Unidos, a manutenção do déficit fiscal e comercial nos EUA podem levar a taxa de juros para patamares que comprometam o crescimento da economia americana com reflexos no crescimento internacional".
O entusiasmo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a manutenção da "rota de crescimento", segundo Armando Monteiro, corresponde ao que apontam os indicadores econômicos. "O movimento saudável de ampliação do mercado de trabalho, de recuperação da renda do trabalhador e de aumento da massa salarial na indústria é algo positivo. Eu acho que o entusiasmo do presidente Lula encontra correspondência nos agentes econômicos. O empresário acredita no seu negócio, no país, e está investindo", disse.