Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – É uma questão de tempo e de ajustes transformar o potencial de importações da China de produtos brasileiros, atualmente em 1%, em negócios concretos. Esta é a avaliação do presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico, Paul Liu. Segundo ele, na relação Brasil-China são os governos que devem dar os primeiros passos, preparando o terreno para a atuação dos empresários.
"Esse primeiro tom da relação entre os dois países já foi dado. Faltam apenas definições, de ambos os lados, de regras para operacionalizar o comércio bilateral", disse. Exemplo disso, segundo ele, é o protocolo assinado por Lula e Jintao durante a visita do presidente chinês ao Brasil, no qual a China promete abrir mercado para a entrada de carne brasileira. Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, enfatiza que tal acordo é "muito importante" pois abre um novo nicho de mercado para os brasileiros.
A abertura do Turismo também deve impulsionar os negócios, acredita Liu. "No primeiro dia em que começar a operar o primeiro vôo Brasil-China, o cenário vai mudar. Ninguém investe num país que não conhece. O turismo vai alavancar e abrir portas para processos futuros", aposta.
Para quem acha que a China continuará interessada apenas nas commodities brasileiras, Liu ensina o caminho das pedras: aliar-se ao chineses como fez o setor calçadista gaúcho."Se não podemos competir com a China, vamos nos aliar a eles e produzir em conjunto para exportar para o resto do mundo",ensina. O próximo setor a seguir a receita, na sua opinião, será o de tecelagem.