Presidente da Petrobras admite possibilidade de reajuste quinzenal dos derivados do petróleo

17/12/2004 - 14h31

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Petrobras descarta novo aumento em 2004, mas admite possibilidade de reajuste quinzenal nos preços dos derivados no futuro

A Petrobras pretende unificar a metodologia de reajuste dos preços de todos os derivados do petróleo e a tendência é que sejam reajustados quinzenalmente, para cima ou para baixo, dependendo da evolução dos preços no mercado externo. Isso já acontece com o querosene de aviação, o oleo combustível e a nafta. A afirmação é do presidente da companhia, José Eduardo Dutra, durante entrevista concedida aos jornalistas. Dutra voltou a descartar a possibilidade de haver novo aumento da gasolina e do diesel ainda este ano.

"O ideal, no futuro, é que a gasolina e o diesel tenham a mesma regra do querosene de aviação e do óleo combustível e da nafta, que são reajustados quinzenalmente pela companhia, mas para implementar esta uniformização de regras, é preciso que haja uma mudança de mentalidade do brasileiro", afirmou.

Dutra garantiu que a Petrobras continua acompanhando os preços do barril do petróleo no mercado internacional, mantendo a política de não repassar para o mercado interno a
volatilidade dos preços extenos do produto. Ele negou, no entanto, que o país tenha a gasolina mais cara do mundo, como afirmam analistas do mercado. "Nós definimos os preços cobrados no mercado interno utilizando parâmetros como, por exemplo, as cotações do barril de petróleo nos mercados abastecedores da empresa. Esse é o critério que a Petrobras utiliza para ver se os
preços estão alinhado ou não. Não vamos polemizar com analistas. Agora, posso afirmar que nosso preço não está maior que o do mercado internacional. Nem o diesel, nem a gasolina".

O presidente da Petrobras lembrou que, com a flexibilização do monopólio do petróleo no Brasil, os preços cobrados pela estatal para os seus derivados estarão sempre relacionados
aos do mercado internacional. "Como a empresa teve o monopólio durante mais de 40 anos e como a Petrobras domina o mercado, a população ainda tem dificuldade de entender a lógica do petróleo como uma commodity. E Isso vale para o aço, o café, a soja. E você não vê ninguém questionar a alta destas outras commoditties".