Gabriela Guerreiro e Spensy Pimentel
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, defendeu as operações da Polícia Federal que, desde o início de 2003, resultaram na prisão de 259 servidores públicos em todo o país. Segundo Gushiken, a divulgação das operações é essencial para inibir novas ações de corrupção. "Que efeito teria se as informações ficassem sob sigilo? Os criminosos têm quem temer. Muita gente com potencial de crime na máquina pública deve estar temendo. E eles têm que temer. A divulgação é chave e tem função pedagógica", defendeu.
Questionado se o combate à corrupção merece da Secom uma divulgação publicitária nos moldes da campanha O melhor do Brasil é brasileiro, que no segundo semestre deste ano foi veiculada nas principais emissoras rádios e televisões do país, Gushiken reagiu com bom humor. "Mais que as operações do Marcio Thomaz Bastos?", questionou.
As operações da Polícia Federal, segundo o ministro, comprovam que a repressão à corrupção no país aumentou nos últimos anos. "Quanto mais desenvolvemos essas ações policiais, a impressão é que aumentou a taxa de corrupção. Na verdade, aumentou a represália, o combate é bem maior".
Em conversa com jornalistas na manhã de hoje (17), quando fez um balanço das ações da Secretaria de Comunicação ao longo de 2004 e as perspectivas para 2005, o ministro também
defendeu maior participação do governo federal nas ações de segurança pública como forma de reduzir a violência no país. Segundo o ministro, os estados e municípios - como entes federativos - são responsáveis pelas ações de segurança nas regiões brasileiras, mas podem estar abertos para aceitar a colaboração federal no combate à violência. "Nós precisamos que os entes federados aceitem essa colaboração nossa. Por isso essa Força Nacional, que é na verdade uma força compartilhada com os estados e com a União, é um grande avanço. Mas o governo federal quer ajudar os estados e municípios para debelar esse cancro que existe no Brasil", disse.
Na avaliação do ministro, a decisão de firmar parcerias com o governo contra a violência é política. "A parceria é uma ação na esfera da política. O desafio é colocar em marcha os processos. Queremos nos disponibilizar para ações conjuntas". Gushiken acredita que, mesmo com diferenças partidárias e políticas, governadores e prefeitos vão aceitar a participação do governo no combate ao crime. "A gravidade da violência está tão grande, que acho que vai funcionar", disse.