Governo vai liberar R$ 10 bilhões para construção de moradias destinadas a população de baixa renda

16/12/2004 - 8h25

Rosamélia de Abreu
Repórter da Rádio Nacional

Brasília - A população de baixa renda será a mais beneficiada com recursos para a casa própria no ano que vem. A previsão do Ministério das Cidades é destinar R$ 10 bilhões para a construção de moradias. Só o Conselho Curador do FGTS aprovou R$ 11,2 bilhões para aplicação em habitação, saneamento e infra-estrutura.

De acordo com a secretária-executiva do Ministério das Cidades, Hermínia Maricato, o déficit de habitações no Brasil é de 7, 2 milhões de unidades, o que atinge famílias com renda de até 3 salários mínimos. "Nós pretendemos trabalhar com a população de mais baixa renda, porque 84% do déficit habitacional atinge as famílias com renda até 3 salários mínimos. Por isso nós estamos dando uma prioridade dos recursos públicos e semi-públicos para essas pessoas", informa a secretária.

Hermínia Maricato disse que a idéia do governo é garantir financiamento para essas famílias com prestações que elas possam pagar. "Ninguém pode emprestar sem ter certeza do retorno. O BNH quebrou neste país por falta de rigor neste tipo de financiamento. O FGTS colocou mais de R$ 1 bilhão de subsídios para que o governo consiga tornar acessível o financiamento da casa própria para as famílias de baixa renda. Mas é preciso lembrar que essas pessoas precisam pagar os seus financiamentos. Não vão pagar aquilo que elas não podem, mas precisam pagar. É necessário combater a inadimplência porque esses recursos vão garantir uma política habitacional de longo prazo", disse Hermínia.

A secretária-executiva do Ministério das Cidades informou também que os financiamentos para a classe média devem ficar por conta do setor privado. "A classe média pode ficar tranqüila porque o Conselho Monetário Nacional aprovou uma resolução que libera R$ 13 bilhões para as instituições privadas aplicarem no financiamento de moradias

Em saneamento básico, o governo deve investir em 2005 R$ 4,5 bilhões. Esse número só será fechado depois que o Congresso Nacional aprovar orçamento do ano que vem.