Furlan diz que economia brasileira não vai repetir crescimento de 30% das exportações em 2005

16/12/2004 - 16h37

Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, reafirmou hoje (16) que a economia brasileira não vai repetir em 2005 o crescimento de 30% nas exportações, como foi registrado este ano. Segundo o ministro, alguns setores produtivos atingiram a capacidade máxima de produção este ano e estão ampliando investimentos que serão colhidos a longo prazo. Além disso, na avaliação de Furlan, há uma sobrecarga em toda a cadeia produtiva brasileira. "Nós estamos nesse momento fazendo um grande esforço de melhora da produtividade dos portos. Ainda nessa semana houve reunião coordenada com o ministro Dirceu sobre melhora do sistema de transporte ferroviário", disse o ministro.

Furlan também disse que a "grande meta" para o governo federal em 2005 é ultrapassar os US$ 100 bilhões nas exportações. A previsão inicial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é que apenas em 2006 os US$ 100 bilhões fossem superados. "Portanto, acreditamos que apesar de todo o cenário externo e interno, conseguiremos continuar crescendo as nossas exportações no ano que vem, mas numa velocidade menor do que a deste ano", disse o ministro.

Furlan participa em Belo Horizonte da reunião de ministros do Mercosul, preparatória ao encontro de cúpula dos chefes de Estado que será realizado nesta sexta-feira em Ouro Preto (MG). O ministro firmou com o Paraguai um memorando de entendimentos para a troca de informações técnicas-industriais na área de biocombustível. O acordo é resultado de uma série de negociações para o fortalecimento das relações comerciais entre os dois países.

O Paraguai é importador líquido de petróleo e tem interesse em estimular o consumo de combustíveis alternativos, como biodiesel e etanol. Em 1998, o país deu início ao programa de mistura de álcool na gasolina, na proporção de 7%. Atualmente a mistura alcança 18%. Segundo chanceler paraguaio, Ernst Bergen, nos últimos meses o país aumentou em 50% o consumo de etanol – o que fortalece o memorando assinado hoje com o Brasil. Segundo o ministro Furlan, o Paraguai pode se tornar um mercado ideal para os veículos bicombustíveis produzidos no Brasil.