Chanceleres não chegam a acordo sobre tarifa que regulamenta importações entre países do Mercosul

16/12/2004 - 15h37

Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As reuniões técnicas de chanceleres que antecedem a cúpula de chefes de Estado do Mercosul não avançaram no tema que hoje é um dos principais entraves às negociações dentro do bloco econômico: a dupla tributação da Tarifa Externa Comum (TEC), que regulamenta as importações entre os países do bloco. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ressaltou, no entanto, que ainda podem ser encontradas soluções para o tema durante as discussões entre os presidentes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, e entre os ministros da Fazenda e presidentes de Bancos Centrais dos países do Mercosul. Os ministros estão reunidos desde quarta-feira (15) em preparação para a 27ª Reunião de Cúpula do Mercosul.

"Concordo que haja preocupações legítimas, teremos que enfrentar esse problema. Há soluções que compatibilizam aqueles que gostariam de ver circulação de bens aceleradas, como aqueles que focalizam na perda de receita. Continuaremos a conversar porque Ouro Preto termina amanhã. Quem sabe não encontraremos a solução. Eu sou sempre um otimista", ressaltou Amorim. Segundo o ministro, a preocupação maior dos membros do Mercosul é evitar a perda de receitas e a criação de entraves no comércio dentro do bloco. "Não queremos entraves ao nossos produtos, e nem às nossas importações", enfatizou o ministro.

A ministra de Relações Exteriores do Paraguai, Leila Rachid, também disse estar otimista para que uma solução para a dupla cobrança da TEC ainda surja até o final da reunião de Ouro Preto, que se realiza nesta sexta-feira (17) com a participação dos chefes de Estado dos países que compõem o bloco. "Temos proposta sobre a eliminação da dupla cobrança, e ao mesmo tempo o mecanismo de distribuição de renda aduaneira. O otimismo alimenta as nossas negociações. Ouro Preto é amanhã, e o desejo é poder avançar", resumiu.