Elisângela Cordeiro
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O mercado imobiliário considera 2004 um ano positivo para o setor devido aos resultados das vendas e pelo conjunto de medidas favoráveis promovidas pelo governo federal. Dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-Sp) revelam aumento de 40% na comercialização de imóveis residenciais na cidade de São Paulo, em relação ao ano passado. Neste ano foram vendidas 19 mil unidades, alcançando o melhor resultado desde 1995, último ano de referência citado no balanço.
Em carta divulgada à imprensa, o presidente do Secovi-SP, Romeu Chap Chap afirma que "2004 será lembrado como um marco na história do mercado. Isso graças à aprovação da Lei 10.931, que ampliou as garantias a compradores e financiadores de imóveis (Patrimônio de Afetação, Alienação Fiduciária, dentre outros aspectos), às resoluções do Conselho Monetário Nacional que reforçaram a destinação de recursos para o crédito e iniciativas outras. Tais medidas criaram um novo arcabouço institucional para o financiamento imobiliário e, em termos de recursos, estarão disponíveis cerca de R$ 15 bilhões em 2005", diz a nota.
Apesar dos números de vendas favoráveis, o presidente do Secovi-SP ressalva 2004 como um ano apenas de recuperação. Ele avalia que o ano passado foi um dos piores da indústria imobiliária e por isso não serve como parâmetro. Em 2003, a comercialização de imóveis atingiu 13.557, sendo considerado o pior dos últimos quatro anos em vendas de unidades.
A poucos dias para encerrar o ano, o Secovi-SP prevê que o volume de negócios alcance R$ 5,4 bilhões, 20,5% superior ao desempenho de 2003. A pesquisa revela ainda que o prazo médio de venda de imóvel ficou em dez meses.
Dados do balanço apontam ainda o Plano Diretor e a Lei de Zoneamento como os fatores que mais influenciaram a queda de 15,4% do número de imóveis lançados este ano na cidade de São Paulo, em relação a 2003. A pesquisa indica que a nova legislação elevou em 16% o preço dos terrenos, uma vez que induziu a oferta de unidades maiores e mais caras. A área total lançada diminui 5,8%. Houve participação predominante para imóveis de classe média, com dois e três dormitórios.
Os 155 representantes de imobiliárias consultados apontam que a procura por casas e sobrados foi 48% maior do que no ano passado, em razão do aumento demanda. O levantamento revela ainda que a inadimplência em locação de casa atingiu uma média de 7,5%, enquanto a inadimplência em locação de apartamentos foi de 5,4%.