Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agencia Brasil
Brasília – Representantes das comunidades quilombolas pediram hoje (14) pressa no processo de titularização de terras. A assessora da Coordenação Nacional de Associações Quilombolas (Conaq), Jô Brandão, acredita que os títulos podem abrir espaço para um levantamento exato sobre os quilombolas e permitir a elaboração de políticas públicas específicas para essa população.
"O governo brasileiro vem dando passos importantes, mas há a necessidade que se apresse", alertou a assessora durante a apresentação de um balanço do Programa Brasil Quilombola 2004. "Não temos mais muito tempo. Temos 500 anos de dívida social. O programa Brasil quilombola precisa correr. Os quilombolas ainda estão invisíveis."
Outra integrante da Conaq, Maria Rosalino dos Santos, chamou a atenção para os recentes ataques sofridos por algumas comunidades de remanescentes de quilombo espalhadas pelo Brasil. Entre elas, a comunidade de Conceição das Crioulas, no sertão Pernambucano.
"Houve um incêndio criminoso em Conceição das Crioulas há poucos dias", revelou Maria Rosalino, pertencente a um grupo de remanescentes de quilombo no Piauí. De acordo com ela, outra reivindicação das lideranças é o fim da remoção de comunidades situadas na região da Base de Alcântara, no Maranhão. "Não aceitamos mais remoção de ninguém, muito menos construção de agrovilas".