Danielle Gurgel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após cinco meses de campanha em todo o país, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) reuniu as 438 mil assinaturas exigidas pela Justiça Eleitoral para a sua legalização. Os integrantes devem agora levar as assinaturas para serem validadas em cartórios e, concluída essa fase, a documentação segue para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o partido obtenha o registro definitivo. "Nenhum outro partido enfrentou tantos obstáculos na legislação eleitoral para ser legalizado", declarou a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que há cerca de um ano foi expulsa do Partido dos Trabalhadores.
A senadora afirmou que o partido já tem 450 mil assinaturas, mas a meta é atingir 500 mil. "Vamos continuar coletando assinaturas, porque ainda há muitas pessoas solicitando que não encerremos o processo de coleta agora".
A deputada Luciana Genro (PSOL-RS), afirmou que o partido segue agora para uma nova etapa política: "vamos retornar às cidades onde estivemos no primeiro semestre para debater a construção do partido, e discutiremos uma saída para o país". Ela disse também que acredita ser possível construir uma saída para o país "sobre a ótica dos interesses da maioria do povo", e que o partido vai construir um programa político que aglutine diferentes setores, inclusive de fora do PSOL. "Não é possível que 2006 se resuma a uma falsa polarização entre PT e PSDB. É preciso ter uma alternativa", declarou.
Para Luciana, o "enorme superávit primário no país" está sendo utilizado para atender aos interesses dos banqueiros. Ela afirmou que a primeira medida para melhorar a vida da população mais pobre seria um aumento significativo do salário mínimo. "Queremos que o valor do mínimo suba para R$ 400, que é um valor ainda baixo, mas aponta para uma recuperação", declarou.
Segundo Heloísa Helena, 2005 será um ano de articulação com as forças políticas, democráticas, e com os movimentos sociais que querem "construir uma alternativa de esquerda para o Brasil". Disse ainda que por enquanto, as articulações político-eleitorais não são prioridade. No entanto, o deputado federal Babá (PSOL-PA), afirmou que o partido deverá lançar a candidatura de Heloísa Helena para a presidência da República. "Ela já começou a aparecer nas pesquisas de opinião", declarou.
