Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - A retomada do crescimento econômico favoreceu a abertura de capital de pelo menos 8 grandes empresas em 2004. De acordo com o ex-Presidente da Comissão de Valores Mobiliários, Luiz Leonardo Cantidiano, a abertura de capital e lançamento de emissões de tantas empresas não ocorria no Brasil desde a década de 80. "Batemos todos os recordes", destacou.
Outras 37 empresas, no entanto, registraram fechamento. Mas para o presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), Alfried Plöger, a tendência em 2005 é de equilíbrio. Plöger explicou que o novo alento experimentado pelo mercado de capitais tirou do poço empresas que no ano anterior não conseguiram captar recursos nem no exterior nem no mercado nacional a longo prazo, "nem em dívidas, nem em ações". Alfried Plöger afirmou que "no momento em que o mercado deu uma aliviada, isso foi uma avalanche de empresas que, meio que sem olhar às vezes até o custo, foram ao mercado tanto nacional como lá fora para buscar recursos".
Plöger avaliou que esse movimento tende a se acalmar um pouco no próximo ano. De qualquer maneira, porém, as perspectivas para 2005 devem repetir as deste ano. Outras empresas abrirão o capital , embora a Abrasca já tenha conhecimento de que algumas irão fechar. O importante, porém, sublinhou Plöger, é a tendência. "Não se pode agora querer que subitamente com uma cambalhota se mude tudo de uma vez. Acho que a tendência é importante porque cria também ânimo nas pessoas. E o mercado, no fundo, é uma questão de ânimo, uma questão de motivação, de crença. Essa curva deu uma virada, saímos do fundo do poço", declarou.
Alfried Plöger lembrou que hoje as negociações na Bovespa recuperaram o patamar dos chamados anos de ouro, alcançando em torno de R$1 bilhão/dia, e as cotações estão subindo adequadamente, com até 24 mil pontos. "Pelo menos o ânimo é bom e, como falamos sempre aqui, ano novo, vida nova. E essa vida nova sempre se espera para ser melhor e não para pior".