Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O reajuste no salário mínimo, que deve ser anunciado pelo governo federal na próxima quarta-feira, será feito por meio de Medida Provisória (MP) com um valor superior à projeção da inflação para 2005, calculada em torno de 7%. "O presidente Lula está determinado, dentro de um parâmetro de estabilidade inflacionária projetada em 7%, 7,5%, dar um acréscimo a esta inflação que seria significativo", disse o líder do governo na Câmara, deputado Professor Luizinho (PT-SP).
Segundo o líder, o presidente Lula trabalha com três hipóteses para o reajuste do salário mínimo: em janeiro do ano que vem, em maio, ou com parte do reajuste em janeiro, e o restante em maio. "A questão do mínimo tem tido como entrave o rombo na Previdência, e na condição financeira de mais de 3,5 mil municípios brasileiros que não têm como comportar o aumento muito elevado, como também alguns estados. Mas para além dessas dificuldades o presidente Lula está determinado este ano, dentro da realidade do Brasil, e do controle inflacionário, a dar reajuste significativo em relação à inflação existente no ano", garantiu o líder.
O vice-presidente José Alencar também admitiu que o déficit existente em vários municípios brasileiros vem emperrando as negociações sobre o reajuste do mínimo, mas ressaltou que o governo vai assegurar a recuperação da inflação aos trabalhadores que ganham menos. "O importante é você manter o valor de compra da moeda. Isso é que é importantíssimo. Agora, se mantido o valor de compra da moeda, controlada a inflação, se nós pudermos dar qualquer coisa, nós precisamos dar. Porque o trabalhador no Brasil ganha muito pouco", enfatizou.
Tanto o vice-presidente quanto o líder governista não quiseram adiantar o valor para o reajuste em estudo pelo governo. Professor Luizinho ressaltou, no entanto, que os números são inferiores aos R$ 320 reivindicados pelas centrais trabalhistas. "O presidente dirá sim ao país melhorando o poder de compra do mínimo. Os números colocados estão aquém dos R$ 320 porque não é possível. A prioridade é o mínimo, mas teremos também a correção do Imposto de Renda", afirmou o líder.