Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Para atender a demanda predominantemente do mercado externo, as montadoras de veículos cancelaram férias coletivas de fim de ano de parte dos seus102 mil trabalhadores em todo o país, que não acontecia desde 1988, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Segundo levantamento do Sindicato, cerca de 2 mil metalúrgicos da área de motores da Mercedes-Benz terão folga apenas nos dias 24 e 31 e outros 9 mil folgam entre 27 de dezembro e 02 de janeiro. Na Volkswagen, folga coletiva só para o pessoal da produção, cerca de 6 mil funcionários de um total de 14,7 mil. Na Ford, dos 8,7 mil trabalhadores, cerca de 2,5 mil terão folga de 11 dias (27/12 a 07/01/05) e os demais trabalharão. Dos 2.200 trabalhadores da Scania, 1.500 terão férias coletivas de 18 dias, a partir do próximo dia 20.

Os números da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), mostram que a demanda este ano não possibilita, pelo menos em parte, as tradicionais férias coletivas de fim de ano. Segundo a Anfavea, a produção de veículos deve fechar o ano com alta de 20% , se comparado com 2003, resultando em uma produção superior a 2,2 milhões de unidades. Desse total, 1,5 milhão de veículos ficam no mercado interno e o restante é para exportação. A Anfavea estima para este ano um crescimento de 45 % nas exportações, movimentando US$ 8 bilhões. Em 2003 as vendas externas ficaram em US$ 5,5 bilhões.

Na avaliação de Valter Sanches, coordenador do setor automotivo na Confederação Nacional dos Metalúrgicos, a continuidade da produção garante ao trabalhador "maior segurança no emprego". Segundo ele, o aquecimento da demanda, tanto interna quanto externa, "é mais um indicador do momento positivo por que passa a economia brasileira".