Meta é desenvolvimento com democracia, concluem Lula e ministros

11/12/2004 - 15h07

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Desenvolvimento é a palavra de ordem do governo para os próximos dois anos. De acordo com o ministro-chefe da casa civil, José Dirceu, ao final da reunião ministerial realizada em dois dias, o presidente Lula e os seus auxiliares chegaram à conclusão de que o crescimento econômico sustentável será "a prioridade das prioridades".

"Desenvolvimento se traduz em crescimento com emprego, inclusão social e distribuição de renda com democracia", comentou Dirceu, ao destacar que, para além das prioridades de cada ministério, o governo como um todo vai se concentrar em viabilizar desenvolvimento - o que inclui justiça social. "Sem distribuição de renda e inclusão social, não podemos pensar no desenvolvimento. O desenvolvimento do país tem que ser econômico e social. Essa é uma dimensão clara do nosso governo e a razão de ser no nosso governo".

Segundo o ministro, o desenvolvimento vai acontecer sem mudanças na política econômica, que nos últimos anos obriga o país a economizar para garantir superávit fiscal primário, hoje em 4,5% do Produto Interno Bruto, e também a realizar uma rigorosa política de controle de inflação. "O esforço que o governo vai fazer é combinar política econômica e financiamento publico com medidas que incentivem e alavanquem o investimentimento privado. Para que o investimento privado cresça no nosso país, precisamos de estabilidade econômica, responsabilidade fiscal e controle da inflação. Sem isso, todo o restante é ilusão", afirmou.

Dirceu afirmou que o governo vai contar com uma política de incentivo ao crédito e incremento da poupança interna para garantir essa alavancagem, promover a desoneração de impostos para baratear o consumo. Além disso, pretende desenvolver parcerias com a iniciativa privada para viabilizar os investimentos em infra-estrutura, sem os quais o crescimento econômico está ameaçado. "Temos os recursos para viabilizar essas prioridades. Não é preciso mudar o superávit nem a política econômica. Precisamos de iniciativa política e criatividade. Por isso que é preciso apoiar o projeto de Parcerias Público-Privadas (PPP)".