Setor de eletroeletrônicos cresce acima do PIB nacional

09/12/2004 - 17h39

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Os empresários do setor eletroeletrônico estão comemorando o aumento de 24% no faturamento obtido este ano, que atingiu R$ 79,5 bilhões, um resultado superior ao do Produto Interno Bruto (PIB), mas parte dele foi engolida pelas correções dos insumos, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Ruy de Salles Cunha, ao revelar que, descontada a inflação, o acréscimo real ficou em 11%.

Mesmo assim, ressalva Ruy, "tivemos um desempenho equivalente ao dobro do PIB", que atingiu 5,3%, de janeiro a setembro deste ano, a maior taxa dos últimos nove anos. "Além de brindarmos esse nosso resultado , temos a comemorar a perspectiva de repetir esse bom desempenho em 2005", diz ele.

Na avaliação do presidente da Abinee, o fato de o empresariado ter aumentado a sua confiança na política econômica do governo ajudou a estimular as atividades no setor. Novas medidas, como a política industrial "privilegiando a área de semi-condutores, deverá dar novo ânimo a partir do ano que vem", previu o empresário. Isso, conforme justificou, ajudaria a reduzir o impacto sobre a dependência de componentes importados.

O setor comprou mais do que vendeu ao exterior, fechando a balança comercial com saldo negativo em cerca de US$ 8 bilhões, 60% são importações de semi-condutores e softwares. Em sua análise o equilíbrio passa pela definição de uma política industrial.

Ruy Salles Cunha também defendeu a redução nas taxas de juros como forma de ampliar o acesso ao crédito e elogiou as ações conduzidas pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, no que se refere à compra de dólares e a sua influência na variação cambial. Em sua opinião, a pequena valorização da moeda norte-americana em relação ao real, nos últimos dias, é bem-vinda para os exportadores, embora o o ideal fosse manter a cotação da moeda num patamar em R$ 3,00.